terça-feira, dezembro 18, 2007

Novo troço da linha Azul do Metro de Lisboa vai ser aberto "sem teste de segurança como deve ser"

Público


18.12.2007 - 09h16 Lusa

A abertura do prolongamento do Metro para o Terreiro do Paço e Santa Apolónia, amanhã, vai ser feita "sem testes de segurança como deve ser", acusa o presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais.

Em declarações hoje de manhã, Fernando Curto referiu que "falta fazer testes de segurança como deve ser, envolvendo todos os meios de socorro para se verificar como se devem articular e funcionar uns com os outros em caso de emergência".

A posição do presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais é contrariada por fonte do Metropolitano de Lisboa, que afirma ao jornal que "a vistoria foi feita quinta-feira e não há qualquer parecer negativo".

A abertura do troço, que prolonga a linha Azul, da Baixa-Chiado para o Terreiro do Paço e Estação de Santa Apolónia, prevista inicialmente para sábado, vai ser inaugurada já amanhã.

De acordo com o comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, António Nunes, têm sido feitas "visitas técnicas e visitas de trabalho às obras", mas admitiu que ainda não foi feita uma vistoria pormenorizada, como o conhecimento dos percursos e a localização das saídas de emergência.

Fernando Curto sublinha a necessidade de um teste pormenorizado, de modo a que os bombeiros conheçam os percursos mais rápidos e saibam onde se encontram as saídas de emergência.

"Os bombeiros têm de trabalhar com elementos das equipas de segurança do metro e a realização de um simulacro é essencial para colocar todos esses meios em sintonia", acrescentou.

"Também é necessário saber se na galeria há espaço suficiente para transportar os feridos em macas ou se é preciso arranjar outra solução. Sem estes conhecimentos, os bombeiros vão lá para baixo ouvir as pessoas a gritar e andam por ali sem saber o que fazer", explicou.

O presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais reafirmou ainda a crítica ao facto dos rádios de serviço dos bombeiros não funcionarem na rede do metro, acusando a administração do Metropolitano de ainda não ter instalado repetidores de sinal para resolver o problema.

O orçamento inicial para esta obra foi calculado em 165 milhões de euros (a preços de 1997), mas acabou por custar 299 milhões de euros, de acordo com o actual ministro das Obras Públicas e Transportes, Mário Lino.

Esta obra teve o primeiro reverso nos prazos de conclusão, quando um aluimento de terras ocorrido em Junho de 2000, na ligação entre o Poço da Marinha e o Terreiro do Paço, colocou em questão a segurança da infra-estrutura, e provocou um abatimento de parte da abóbada do túnel, além de fissuras nas paredes.

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