11.04.2006 - 18h35 Lusa
A estação de Carnide do Metropolitano de Lisboa conta, a partir de hoje, com um sistema de orientação para deficientes visuais, uma experiência que durará um mês e que poderá ser alargada a toda a rede.
O anúncio foi feito aos jornalistas pela secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, que elogiou o projecto, mas admitiu que "muito falta ainda fazer" para promover "a inclusão" dos deficientes no sistema de acessibilidades, uma tarefa que não pode ser feita "sem a colaboração da sociedade civil".
"Não se trata apenas da integração de pessoas com deficiência, mas de todos nós, porque é a sociedade que está em causa", frisou, acrescentando que também as crianças e os idosos "não têm intervenção facilitada nos transportes".
Segundo Ana Paula Vitorino, este projecto, realizado em articulação com o Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração de Pessoas com Seficiência e a Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (Acapo), dá continuidade ao Plano Nacional de Promoção da Acessibilidade, que traça metas para facilitar a deslocação a pessoas com deficiência.
Entre outras medidas que estão a ser realizadas no âmbito deste plano, a responsável citou a instalação de elevadores nas instalações, no átrio e nos cais das estações da CP e da Refer e de máquinas automáticas de venda de bilhetes para aquisição de títulos magnéticos por pessoas com deficiência, assim como instalação de sistemas sonoros de informação.
O sistema instalado hoje na estação de Metro em Carnide pretende testar soluções práticas de sinalização por pavimentos tácteis num sistema de encaminhamento que inclui a instalação de linhas de cautela, linhas guia para orientação e linhas de segurança ou aviso da borda de cais.
Este sistema, utilizado em Inglaterra desde 1995, vai ser acompanhado pela Acapo, que ao fim de 30 dias apresentará um relatório à secretária de Estado dos Transportes e à secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, que decidirão sobre o eventual alargamento do sistema a outras estações do Metro.
Ana Paula Vitorino indicou que se o sistema se mostrar eficaz será instalado nas estações novas do Metropolitano, enquanto nas restantes será aplicado quando estas sofram obras de adaptação.
Corrimãos tácteis com visualização em Braille para cegos e em alto contraste para portadores de visão deficiente e corredores em termoplástico auto-reflector integram o sistema que a partir de hoje começou a ser testado em Carnide.
Para o presidente da Acapo, José Esteves Correia, trata-se de "um grande passo" para garantir que os deficientes visuais circulem em "segurança e confiança no Metro". "É urgente alargar este sistema a todas as estações do Metro e a outros sistemas de acessibilidades, já que os deficientes visuais continuam a deparar-se com inúmeros obstáculos no quotidiano", concluiu.
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