Os trabalhadores da CP, Metro de Lisboa e das empresas de transportes rodoviários de Lisboa e Porto e transportes fluviais para a Margem Sul vão avançar para uma greve parcial dia 8 de Novembro. Os serviços de passageiros da CP vão paralisar durante três horas na madrugada/manhã e três ao final do dia.
(Pedro Cunha)
Os transportes do Metro de Lisboa, da Carris, da Soflusa e Transtejo (responsáveis pelas ligações de barco e comboio entre as duas margens do Tejo) e da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto vão parar durante algumas horas, segundo a Lusa.
No caso da CP, a greve foi decidida hoje numa reunião do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF), onde os representantes das comissões de trabalhadores da CP e da REFER aprovaram um conjunto de acções de protesto contra os cortes salariais e a renegociação dos Acordos de Empresa propostos pelo Governo.
Das 5h30 às 8h30 e das 17h30 às 20h30 desse dia, estarão em greve todas as categorias profissionais da CP e REFER – operadores de bilheteira, revisores, maquinistas, administrativos e trabalhadores de manutenção.
Apesar de a paralisação só durar oficialmente seis horas, poderá afectar a circulação de comboios para além daquele intervalo de tempo. Como o período de greve não coincide necessariamente com o início ou o fim da circulação das composições (regionais, urbanas e de longo curso), a entrada ao serviço de trabalhadores em horas diferentes pode levar a que algumas composições não venham a circular ao longo de todo o dia, explica José Manuel Oliveira, coordenador do SNTSF, sindicato afecto à CGTP.
No passado, tem sido assim noutras paralisações parciais, mas, para já, a CP aguarda a recepção do pré-aviso de greve – que o SNTSF espera entregar hoje – para conhecer os termos do protesto e avaliar com mais precisão o impacto da greve. “Só depois disso podemos medir o impacto”, refere a porta-voz da transportadora, Ana Portela.
Para além da participação na greve geral de 24 de Novembro, a paralisação de dia 8 é a única que os trabalhadores prevêem. A administração da CP e os trabalhadores mantiveram, durante mais de cinco meses, um braço-de-ferro que terminou com a assinatura de um acordo que prevê a aplicação do Acordo de Empresa para ser aplicado um regime de excepção às regras da função pública na gestão do trabalho extraordinário.
O anterior Governo propunha a redução da remuneração do trabalho extraordinário, em dias de descanso e feriados, mas a decisão foi longamente contestada pelos trabalhadores em greves parciais e totais que se prolongaram durante vários meses.
O Governo quer agora renegociar os acordos com as empresas do Sector Empresarial do Estado, que o sindicato volta a contestar. No Plano Estratégico dos Transportes, o Ministério da Economia e Emprego diz existirem “fortes constrangimentos e ineficiências na gestão do tempo de trabalho” e propõe celebrar “novos acordos de empresa, adequados à situação financeira das empresas”.
20.10.2011 - 16:13 Por Pedro Crisóstomo
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