O Metro de Lisboa reagiu ao anúncio da fusão com a Carris afirmando apenas que a administração cumpre as orientações do accionista Estado. A Carris não comenta para já. O sindicato dos motoristas diz-se preocupado com a medida, mas admite “vantagens” administrativas da opção do executivo.
Fusão do ML com a Carris faz parte do Plano Estratégico de Transportes do Governo (Joana Freitas)
A Carris informou estar a analisar o documento e remete para mais tarde qualquer comentário.
A fusão da Carris com o Metro de Lisboa, da Metro do Porto com a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) e da Transtejo com a Soflusa foram medidas anunciadas e que fazem parte do Plano Estratégico de Transportes do Governo, que será aprovado em Conselho de Ministros na quinta-feira.
Da parte do Sindicato Nacional dos Motoristas, os trabalhadores vêm com preocupação a fusão entre os metros e as empresas de autocarros do Porto e de Lisboa, embora Jorge Costa, presidente do sindicato, admita que podem existir “vantagens” a nível administrativo e de gestão. No entanto, diz que as consequências a nível operacional apenas serão conhecidas depois de analisar o documento.
“O que conhecemos é muito vago e não sabemos qual a intenção, os objectivos, a definição e estratégia para o serviço”, disse o sindicalista.
Já os trabalhadores do grupo Transtejo querem mais esclarecimentos sobre a fusão com a Soflusa (responsáveis pelas ligações fluviais no Tejo) e criticam o fim do prémio de assiduidade, que a confirmar-se pode levar a greves.
“A fusão entre a Transtejo e a Soflusa vai avançar, mas agora temos é que saber em que moldes, pois têm que ser defendidos os interesses dos trabalhadores. O que nos preocupa são os moldes em que a fusão vai ser feita”, disse Artur Toureiro, presidente do Sindicato dos Fluviais.
O sindicalista referiu que o anúncio do fim do pagamento do prémio de assiduidade pode originar greves nas ligações fluviais. “Foi anunciado o fim do prémio de assiduidade, que tem um grande peso no ordenado dos trabalhadores. São cerca de 25 por cento, mais em concreto 230 euros, e sem dúvida que a confirmar-se vai levar os trabalhadores para greves”, referiu.
A audição no Parlamento do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, ficou marcada por protestos da oposição pela falta do Plano Estratégico dos Transportes (PET), que o governante deveria apresentar, mas que acabou substituído pelas linhas gerais para o sector.
07.10.2011 - 20:28 Por Lusa, PÚBLICO
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