Diário Digital / Lusa
29-03-2006 14:53:00
O ministro das Obras Públicas garantiu quarta-feira que a derrapagem do custo das obras de prolongamento do Metropolitano de Lisboa é de 10% e não de 60%, como referido pelo Tribunal de Contas.
«O Tribunal de Contas não está mal. Porque quando diz que há um aumento de 62% fez as contas aos preços que estavam previstos em 1995», afirmou Mário Lino, durante a audição na Comissão das Obras Públicas que decorreu hoje durante toda a manhã no Parlamento.
Um dos temas abordados durante a reunião foi as obras no Metropolitano de Lisboa e o relatório do Tribunal de Contas, apresentado no início deste ano, que detectou uma derrapagem de 60% no custo do prolongamento das linhas Vermelha e Amarela.
No entanto, segundo o ministro, «o deslize foi na ordem de 10%», uma vez que é necessário fazer as actualizações dos valores a preços de hoje.
A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, explicou: «a obra da linha Vermelha foi adjudicada em 2000 por 123,7 milhões, que actualmente corresponde a 142 milhões. E agora a obra está em 156,6 milhões. Ou seja, houve um desvio do valor inicial de cerca de 10 milhões de euros».
Já «a derrapagem na linha Amarela, que liga Entrecampos a Odivelas, não chegou aos 10%», de acordo com um assessor dos governantes, também presente na reunião de hoje.
Além das derrapagens, o relatório do Tribunal de Contas detectou ainda «irregularidades» relativas à gestão e construção das linhas e atribuiu a responsabilidade à administração do Metropolitano de Lisboa e à Ferconsulta - a empresa responsável pela coordenação da obra.
«Recebi o inquérito enviado na passada segunda-feira, dia 27, que propõe o arquivamento do processo», anunciou a secretária de Estado.
«A Inspecção das Obras Públicas entendeu que não existe qualquer violação nem qualquer falha do ponto de vista ético por parte da administração», explicou Ana Paula Vitorino.
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