Agência Financeira
A Comissão de Trabalhadores (CT) do Metropolitano de Lisboa (ML) responsabilizou esta sexta-feira o Estado pelo aumento do endividamento da empresa, acusando os governos da última década de terem «obrigado» a transportadora a endividar-se para pagar os investimentos em infra-estruturas.
Num comunicado divulgado esta sxeta-feira, a CT afirmou que «há mais de uma década que o Estado, através dos diversos governos, tem obrigado algumas empresas públicas de transportes, entre elas o ML, a endividar-se junto da banca comercial para pagar os investimentos em infra-estruturas públicas», como túneis, via férrea ou arranjos exteriores.
Esta situação só aconteceu, no entender da CT, «porque o Estado não assumiu directamente os custos desses investimentos, transferindo esse ónus - capital e juros - para estas empresas públicas, o que originou, em especial na última década (2001-2011), o endividamento crescente».
A organização que representa os trabalhadores do ML citou também os casos da Refer e do Metro do Porto, afirmando que o valor total de investimentos de longa duração nas três empresas ferroviárias entre 2001 e 2011 ascendeu a 7.507 milhões de euros.
Deste valor, disse a CT, o Estado assumiu cerca de sete por cento através do Programa de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC), sendo cerca de 21,2 por cento proveniente de fundos europeus.
«Ou seja, 71,8 por cento do investimento a cargo das [três empresas] empresas foi financiado pelo endividamento das próprias junto da banca, contribuindo, decisivamente, para o agravamento da sua situação económica e financeira», escreveu a CT, acrescentando que o Estado ficou a dever às três operadoras ferroviárias cerca de 5,39 mil milhões de euros.
Por Redacção CPS 2011-12-16 17:01
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